
“Ele” sabe o que você irá fazer antes que você o faça!
Há muito tempo atrás, quando os gregos tinham dinheiro, e se vestiam com lençóis, achava-se que o PENSAR era obra de um ser interno, um “mini-homem”, o qual os romanos vieram a chamar de HOMUNCULUS.
...
Ninguém suspeitava que o pensamento ocorresse no cérebro. Era muito sem graça. Em vez disso, acreditava-se que pensamento era produzido por órgãos considerados mais instigantes, como o coração, o fígado e a bexiga, que eram considerados partes essenciais do pensamento, da razão e da emoção.
Uma tolice claro, mas o progresso era lento, pois, durante muito tempo, a Igreja (ela mais uma vez) proibiu a dissecação. Mas, um dia notou-se que os olhos estavam conectados àquela parte “tola e sem graça” dentro da nossa cabeça e que ela era ligada ao restante do nosso corpo por uma série de estruturas rijas, o sistema nervoso.
No século 18, um italiano chamado Luigi Galvani descobriu que essas estruturas carregavam eletricidade, a qual operava músculos. Demonstrou isso ligando pernas de rãs a uma bateria. Ficou claro que cérebro era importante, pois controlava o corpo com eletricidade.
Aos poucos, os médicos começaram a dar mais atenção ao cérebro. Notaram que lesões em certas partes afetavam certas habilidades. Elas afetavam a audição, o olfato e a fala. Acidentes relevaram muita coisa sobre o funcionamento do cérebro. Mas cirurgiões bem intencionados relevam mais.
Um paciente com grave epilepsia foi tratado por um desses cirurgiões, que então retirou parte do seu cérebro, o hipocampo. Os ataques pararam, assim como sua capacidade de formar novas memórias. Perceberam assim que o cérebro era responsável pela memória.
De repente, os cientistas resolveram mergulhar no cérebro, sondando e gravando atividades elétricas. Um deles, Wilder Penfield, fez então um mapa do cérebro, sondando cérebros de pacientes conscientes. Ele apresentou o “homunculus” sensorial, uma imagem de como o cérebro comanda o corpo.
Também se descobriu que o cérebro é responsável pela nossa consciência, inconsciência e por sabermos que estamos conscientes. Nossa consciência. Viu-se também que isso pode ser alterado pelo uso de drogas, e que há outra parte do cérebro que comanda o show: o subconsciente. Ou seja, o cérebro “sabe” o que faremos antes que o façamos! É como sermos controlados por uma outra versão de nós mesmos!
O cérebro sempre é comparado à tecnologia mais “impressionante”. Assim, no passado, foi comparado a um “complicado” motor a vapor, a um telefone eletrônico e depois a um microprocessador. Hoje em dia, o cérebro é comparado à internet. Amanhã, quem sabe?
Na verdade, ninguém ainda sabe ao certo como o cérebro funciona, mas ao menos já sabemos onde procurar. Curiosamente, como vimos, o cérebro sabe que não sabemos como ele funciona.
Fonte: BBC